segunda-feira, 25 de março de 2013

Momento da escrita: O PASSADO

O dia amanheceu com a chuva de encontro ás janelas.
Levanto-me a custo, da cama quente onde esteve o meu corpo.
Meto-me no carro e arranco devagar.
Quando chego, parece-me que conduzi durante horas, quando na verdade não demorei mais que meia hora.
O passado brota do meu coração e aflora-me aos olhos.
Olho a lápide inerte e o choro toma conta de mim.
Parece que ainda foi ontem, mas eu sei que não foi.
Não consegui entrar aqui durante muito tempo.
Não conseguia passar da porta.
Houve dias em que me obriguei a inventar histórias para colmatar a sua ausência.
Houve dias que chorei porque sabia que não ia voltar.
Desejei com todas as forças que fosse apenas um sonho mau.
Quis acordar, mas não conseguia.
Doía-me algures.
Doía muito.
Senti as forças a abandonarem-me o corpo e as lágrimas brotaram dos meus olhos tristes.
Não as consegui parar.
Já não tinha controlo sobre mim.

1 comentário:

  1. Muito lindo...
    Bastante sentimental, o passado repercute-te sempre ao presente por mais k digamos k nao e apesar de todos os altos e baixos k vivenciamos, jamais podemos pagar uma parte da nossa caminhada.
    É verdade hoje tb acordei com a chuva a bater-me nas janelas e ao ler este excerto os meus olhos estiveram quase a brotar...espero k tudo esteja bem ctg e ñ te esqueças " n importa k chova, se estou cerca de ti" bjnho

    ResponderEliminar