quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A floresta

Vagueio pela floresta ao cair da noite.
Começo a ver a escuridão a inundá-la, tal como me inunda a mim.
O silêncio da noite abate-se sobre ela, tal como se abate sobre mim.
Avanço.
Avanço, mais e mais, com uma falsa coragem.
Não consigo ficar parada.
Não aguento a dor que o meu peito se recusa a mandar embora.
Peito maldito, penso.
Algo, que não sei bem o que é, impele-me a correr.
Quero fugir.
Fugir para longe.
Não aguento mais esta dor, que a cada segundo dilacera um peito ferido, um coração magoado que bate fraco dentro de mim.
É tarde demais.
Não posso voltar atrás.
Olho á minha volta, mas...já não sei onde estou.
Não sei o que fazer.
O pânico toma conta de mim.
Nunca mais vou conseguir sair daqui.
Não passo de uma prisioneira.
Prisioneira de mim própria, prisioneira desta dor, prisioneira desta floresta.

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